sexta-feira, 22 de novembro de 2013

...um abraço.


É que eu não esperava, sabe? Digo, eu estava no meio de uma crise. Eu sei que você não fazia ideia, mas o fato é que as coisas estavam meio cinza. Talvez, você ainda não faça.
Você já teve muitas oportunidades e nenhuma parecia a certa? Era mais ou menos isso. Eu sinceramente não sabia aonde ir, ou porque deveria ir.
 Engraçado, eu precisei me perder do caminho pra encontrar com você. Acabei descobrindo que nunca estive perdida, as coisas só tinham que ser assim. E olha, eu não acredito muito em destino ou acaso.
Mesmo quando eu olhava o seu sorriso de menino bobo, eu não tinha certeza alguma. Contudo, de uma forma estranhamente natural eu sorria também.
O que eu tinha a oferecer a alguém como você? Sinceramente, alguns poucos versos. Eu tinha tanta bagagem mal resolvida que me impedia de descer um degrau e encontrar você no fim da escada.
Lembra quando me disse pra não se embaraçar? O irônico é que ninguém poderia estar mais embaraçada com a vida do que eu.
Quer saber por que resolvi me arriscar? Eu precisava saber como era o teu abraço. Já pensou? Tudo por causa de um abraço.
Dentro do teu abraço eu não encontrei um norte ou uma bussola. Eu me encontrei. Como se tivesse marcado um encontro comigo mesma, dentro dos teus braços. Eu era leve de novo.
Como eu disse, eu não esperava. Contudo, naquela noite dentro dos teus braços, eu encontrei você...
Por isso eu te escrevo, porque quando menos esperava, eu encontrei meu amor.



quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Viver é como andar de bicicleta...


Hoje foi um daqueles dias em que você acorda cedo demais, tão cedo que ainda é noite, contudo, já se pode dar “bom dia”. Depois de tanto relutar com esse terrível e abençoado mal chamado insônia, depois de me remexer na cama o quanto pude, depois de relutar pelo sono, de clamar por ele, de choramingar por uns minutos de dormência consentida, lá estava eu. Acordada a plena quatro e meia da madrugada. Desperta. Enfrentando o bichão papão dos adultos, de luz acesa, baby-doll rosa bebê, um xícara de café quente e, uma multidão de ideias e palavras dançando no meu subconsciente.
Maldita insônia!
Uma única ideia tomava forma no meio daquele amontoado de letras e códigos que sucumbiram na minha mente. VIVER É COMO ANDAR DE BICICLETA. Aonde vi essa frase? De quem é essa frase? E o porquê de ela não sair da minha cabeça? Eu não sei. Acho que a frase não estar completa, mas não me lembro do final. Então, sou invadida por uma angústia, como se fosse obrigada a achar a chave de um mistério que não sei qual é, mas sinto que meu mundo subjetivo precisa dela pra sobreviver.
Insônia maldita!
No entanto, por que viver é como andar de bicicleta? Bem... o que é preciso para andar de bicicleta? Equilíbrio? Sim, é preciso de equilíbrio. Mas, porque inferno estou acordada no meio da noite, melhor, da manhã, por causa dessa frase? Porque a vida precisa de equilíbrio, e o meu acabou de ser roubado. Espera! Acabou? Não, não, não. O meu havia sido roubado, horas antes, quando eu me deixei ser atravessada por aquele discurso estúpido que alguém recitou dizendo que não daria certo. 
Droga! Mas que droga de equilíbrio é esse que se esvai na primeira tempestade? No primeiro voto contrário que recebe ele se entrega e diz que realmente estava errado, nunca daria certo. E agora? Agora eu estou aqui, no meio da madrugada, tentando colar os frágeis pedaços que sobraram do ataque iminente. Refaço cada passo que havia dito que era preciso seguir para então, alcançar o sucesso. Faço e refaço. Digo e repito. Leio e recito. Um por um, estão todos ali, numerados em ordem de importância e dificuldade, estão todos ali. Os benditos passos para a gente poder dar certo. Mas, para. Para!
VIVER É COMO ANDAR DE BICICLETA! Como? Viver é como andar de bicicleta... Sim! Nunca houve manual. Nunca foi preciso ler um manuscrito, um livro ou um artigo, nada. Não é preciso decorar as regras, ou recitar um manual. Só é preciso sentar lá, pedalar e olha pra frente. Ainda lembro quando aprendi a andar de bicicleta, foi isso que me disseram. Não houve discursos, aulas ou explicações. Primeiro eu implorei para que não me soltassem, eu ainda não tinha equilíbrio, eu tinha medo de cair. Depois, eu comecei a pedalar e direcionar a bicicleta sozinha. Então, quando eu estava no auge da minha sabedoria, quando achava que tinha aprendido tudo, caí. Sim, caí.
Bendita insônia!
Eu não preciso dessa folhinha com itens rabiscados. Ninguém precisa. Cada um de nós aprendeu a andar de bicicleta do nosso jeito, caímos as nossas próprias quedas, arranjamos as nossas próprias cicatrizes e achamos o nosso próprio jeito de pedalar.  Agora, é a hora de pedalarmos lado a lado, mas para isso também não há regra.  Acharemos o nosso próprio equilíbrio. Claro, iremos cair algumas vezes, mas isso é o equilíbrio.
O equilíbrio nunca foi um lugar fixo, não é o PH 7. Não! É saber ser ácido, neutro e base à medida que a vida nos pede e necessita que sejamos. Como eu não tinha percebido isso antes? Bendita insônia. O que seria das almas velhas e sensíveis se não existissem as madrugadas silenciosas e turbulentas.
Sim, viver é como andar de bicicleta. Espera... espera. Agora lembrei! Viver é como andar de bicicleta, só é preciso estar em movimento. Pois é...  Agora, sentada na poltrona e olhando o sol invadir a minha sala pela brecha da janela, eu sinto que estou em movimento e, melhor ainda, eu sinto que poderia pedalar em direção a qualquer lugar, mas, felizmente, eu só quero um destino...