sábado, 21 de dezembro de 2013

Que venham...


Depois de um ano inteiro falando tantas e tantas vezes sobre aventuras, como poderia ser o último texto ano?
Isso: desejando aventuras para o novo ano. Proibi-me de fazer isso, de desejar um monte de coisas como se existisse uma varinha de condão que vai mudar tudo exatamente ás 11h59min do dia 31 de Dezembro. Aconselhei-me de que ter expectativas é um perigo, mas não consigo...
Que 2014 traga uma infinidade de aventuras! Ou melhor, que em 2014 se VIVA uma infinidade de aventuras.
 Já tinha até escrito outro texto fazendo um balanço sobre esse ano. Contudo, desculpem-me, caros leitores, mas preciso mesmo é de aventuras...
Quero sair do estado de observar a vida acontecer e acontecer junto com a vida.  Não pensem que vou fazer uma mudança extraordinária na minha vida do tipo que meio mundo de gente vai comentar que sou louca ou coisa do tipo... Não.
 Quero aventuras das quais EU me pergunte se fiquei louca. Quero o frio na barriga ao sentir que por mais difícil e complicada que a vida é, está valendo a pena.
 Quero ser infinita. Só por um minuto... ou por um segundo, quem sabe, mas quero.
Às vezes os dias ruins nos tiram a certeza de que sempre haverá a primavera em algum lugar... Somos impelidos ao medo, medo de encarar o que nos causa medo. E assim, passamos dias e dias das nossas vidas pensando em como seria divertido fazer aquela viagem que tanto sonhamos, ou comprar aquela casa que queremos, ou fugir sem deixar pistas e depois voltar, ou seja, o que for... Há sempre algo em que tantas vezes você pensou que seria divertido fazer, mas então pareceu loucura e deixou pra lá.
Sim. Também tenho uma lista cheia de coisas como: terminar a faculdade, casar, ter filhos e um monte de outras coisas que nós somos normalmente ensinados a chamar de futuro. Mas, quero mais que o futuro, quero também o presente.
Por isso, escrevo. Por que acima de um futuro longo e brilhante, quero um novo ano cheio de um “presente” bem vivido, tão cheio de aqui e agora que não haja tempo para pensar que o futuro é amanhã. O futuro é hoje, é o aqui, é o agora, é o presente.
Ninguém está errado em ensinar que é prudente planejar um futuro. Mas, estamos todos errados quando achamos que sempre teremos um futuro em que iremos fazer aquilo que sempre desejamos fazer. Alguns de nós talvez nem tenha futuro, outros o terão de formar pouco proveitosa e, então, alguns de nós chegaremos ao futuro promissor porque de fato entendemos que se vive no presente.
Era para estar escrevendo sobre aventura e, no entanto, não paro de falar de presente e futuro... De certo, por que talvez ambas as coisas estejam tão interligadas que seja impossível se fazer uma separação. Podemos planejar uma aventura para o futuro, mas jamais poderemos viver uma aventura no futuro. Viver é presente.
E aqui quero deixar também meus sinceros agradecimentos, pois esse blog foi de fato uma aventura bem vivida, seja na hora em que a ideia rompeu em minha mente e saltou para o papel, ou pelas tantas vezes em que foi preciso espremer a minha mente até ela soltar uma ideia.
Agradecer a Deus pelo presente da vida, ao meu grande amigo que me deu o Relicário de presente, à minha irmã adotiva por me ajudar a enchê-lo de pérolas preciosas, ao meu amor que antes mesmo de ser meu já era inspiração para tantos poemas e textos, à minha amiga que tantas vezes me escutou e ajudou a amadurecer as ideias que aqui propus e, principalmente, ao meu querido leitor que tornou de fato está aventura possível, interessante e construtiva.
A verdade é que não há varinha de condão nenhuma, mas que o novo ano possa renovar nossas forças e esperanças, afim de que possamos viver ao invés de só planejar. E que esta aventura em particular chamada escrever, dure muito e muito.
Um abraço carinhoso...
E que venha 2014.
P.S.: Que não se perca mais nenhum minuto
 esperando o futuro acontecer.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Contido

O que eu deveria fazer com essas palavras?
Escrevê-las?
Elas não gostam do papel.
Recusam a se limitarem em uma única definição
E, na ânsia de dizer tudo nada dizem.

Mas continuam aqui,
Ameaçando romper e transbordar
E assim, levar consigo tudo que ainda não foi enraizado.
Uma represa de palavras e vírgulas,
O que poderia ser mais perigoso?

Palavras outrora doces e gentis,
Que ao invés de se deleitaram no papel,
Ameaçam corroê-lo. 
Como estão contidas,
Corroem a alma do poeta.

Então, o poeta espera ansiosamente,
Intuitivamente, para que a represa arrebente.
Que as palavras escorram,
Ainda que levando consigo o que puder,
Por que o poeta não suporta estar contido.