O
que eu deveria fazer com essas palavras?
Escrevê-las?
Elas
não gostam do papel.
Recusam
a se limitarem em uma única definição
E,
na ânsia de dizer tudo nada dizem.
Mas
continuam aqui,
Ameaçando
romper e transbordar
E
assim, levar consigo tudo que ainda não foi enraizado.
Uma
represa de palavras e vírgulas,
O
que poderia ser mais perigoso?
Palavras
outrora doces e gentis,
Que
ao invés de se deleitaram no papel,
Ameaçam
corroê-lo.
Como
estão contidas,
Corroem
a alma do poeta.
Então,
o poeta espera ansiosamente,
Intuitivamente,
para que a represa arrebente.
Que
as palavras escorram,
Ainda
que levando consigo o que puder,
Por
que o poeta não suporta estar contido.
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