quarta-feira, 24 de julho de 2013

Acaso


Se amanhã eu escrever um poema, que não seja de metáforas.
Se por algum motivo eu cantar uma música, que não seja de solidão.
Se de repente eu sorrir, que não seja de uma piada.
Se talvez eu chorar, que seja dentro de um abraço.
Se por medo eu desistir, que seja por pouco tempo.
Se por consequência eu sonhar, que eu acorde.
Se em algum momento eu ficar apertada dentro de mim, que se abra o casaco da alma.
Se eu tiver raiva, que não dure tanto assim.
Se, só por um minuto, eu amar, que seja para a vida toda.
Se eu ficar com medo, que alguém me cubra os pés.
Se no futuro eu mudar alguma coisa, que seja o mundo.
Se eu tiver que terminar algo, que seja um livro.

Mas, se amanhã eu não fizer absolutamente nada, que eu entenda que o acaso também sabe improvisar.