Se amanhã eu escrever um poema,
que não seja de metáforas.
Se por algum motivo eu cantar
uma música, que não seja de solidão.
Se de repente eu sorrir, que
não seja de uma piada.
Se talvez eu chorar, que seja
dentro de um abraço.
Se por medo eu desistir, que
seja por pouco tempo.
Se por consequência eu sonhar,
que eu acorde.
Se em algum momento eu ficar
apertada dentro de mim, que se abra o casaco da alma.
Se eu tiver raiva, que não dure
tanto assim.
Se, só por um minuto, eu amar,
que seja para a vida toda.
Se eu ficar com medo, que
alguém me cubra os pés.
Se no futuro eu mudar alguma
coisa, que seja o mundo.
Se eu tiver que terminar algo,
que seja um livro.
Mas, se amanhã eu não fizer
absolutamente nada, que eu entenda que o acaso também sabe improvisar.
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