sábado, 1 de fevereiro de 2014

Independência é uma só.


Muitos de nós já cruzamos a linha imaginária e erroneamente ilusória de ser independente. Já andamos nessa montanha russa chamada independência. Alguns enfrentaram cada decida, cada virada de sentido, cada curva loucamente dada, em silêncio. Outros gritaram loucamente, suaram as mãos, enjoaram, vomitaram, acharam uma companhia nada pertinente, mas que na hora da subida para o despenhadeiro gritava também.  E tem aqueles que ainda não chegaram à maioridade, não tem a autonomia de simplesmente bater a porta do quarto.
Independência é uma só. Não há quatro formas de ser independente, ou mil maneiras de emancipação. Há, sim, há milhares de gaiolas visíveis e invisíveis das quais, todos os dias, lutamos para sair. A verdade é que somos sedentos natos por aventura, por voar fora da gaiola, mas somos também especialistas em entrar em cárceres, em nos aprisionarmos em jaulas e então, buscar novamente a liberdade perdida para a vida poder fazer sentido.
O pai controlador, o emprego em horário integral, o namorado ciumento, o status, o chefe, a mulher entediante, o filho que dá trabalho, a menoridade penal, o casamento supostamente feliz, a faculdade, o futuro, a banda de rock, o churrasco de domingo, o álcool na hora do desespero, o passado, a mãe, o circulo social, os planos, o dinheiro, a medalha, tudo não passa de gaiolas... Haverá um dia em que seremos independentes de tudo isso?
Esquecemos-nos de que são essas gaiolas que de alguma forma dão sentido a essa dança descompassada e improvisada chamada vida. Esquecemo-nos de por na lista a maior prisão que pode existir, o EU...
Capazes de passar uma vida inteira em busca de achar essa tal de independência, sem saber que a única coisa que precisa ser realmente livre é a alma. Buscamos loucamente essa emancipação, sem saber que essa utópica independência que estupidamente aprendemos, não é legal, ela é solitária, vazia, fria, sem graça. Não fomos feitos para viver sozinho e não depender de ninguém, somos eternos dependentes de companhia.
E aqui mora a verdadeira autonomia, somos eternamente livres para poder escolher em que lugar acomodar uma parte da nossa alma. Aonde depositar parte da nossa esperança, com quem dividir o nosso melhor sorriso. Enfim, seremos sempre livres para decidir aonde e com quem nos iremos “amarrar”, que riscos poderemos correr.




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