segunda-feira, 4 de março de 2013

Tic-Tac


Tic-tac, tic-tac, tic-tac,
Por que o ontem já é hoje e o hoje que há muito tempo já é amanhã.
Tempo, o famoso curador de todos os males que veio, ficou e foi.
Que cresceu na estatura de uma criança e, envelhecendo nos cabelos brancos de alguém, depois de nove meses nasceu cheio de esperança.
Ele trouxe o primeiro dia de aula, ensinou o primeiro beijo, mas também levou o primeiro amor.
Tempo que cura tudo. Cura ferida, saudade, amor, dinheiro, amigo, faculdade, emprego, decepção, saudade... Tempo que cura o tempo.
Tic-tac. Tic-tac. Tic-tac.
Tempo que eternizou o amor de infância.
Imortalizando o abraço da mãe, guardou para si, em um momento, toda a segurança do mundo.
Tempo que rir do choro da primeira vacina.
O único sujeito que de tudo e de todos, guardou um pouquinho para si.
Na oscilação dos ponteiros tudo ficou codificado, arquivado, trancafiado.
Tempo que não volta mais.  
Tic-tac tic-tac tic-tac tic-tac.
Ontem Hoje Amanhã.
Tempo que engana, que mente, que finge!
Sujeitinho sem escrúpulos que insiste em prometer o amanhã.
Momento que passa... Desculpa... Já passou.
Ele sabe que a vida é hoje, mas, não se importa, continua imprimindo em panfletos mal elaborados o futuro.
Psiu... ei, ei?!
Você mesmo, seu complexo egocêntrico completamente apaixonado pelo minuto seguinte, deixa de esconder o prazo de validade, de quase noventa, dessa vidinha nossa? 
Revela pra essa gentinha que o amanhã, se ele existir, já não é nada. 

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